segunda-feira, 31 de dezembro de 2012
Psicologia e Aprendizagem - Biografia e Teoria de Erik Erikson
Biografia
ERIK ERIKSON (1902-1994) foi um psicanalista que fez grandes contribuições no campo da Psicologia, com seu trabalho sobre desenvolvimento infantil e crises de identidade. Nasceu em Frankfurt, Alemanha, em15 de junho de 1902. Seu pai biológico era um desconhecido dinamarquês que abandonou sua mãe antes dele nascer. Sua mãe era uma mulher judia que o criou sozinha até Erikson completar 3 anos de vida. Ela se casou com um pediatra e todos se mudaram para o sul da Alemanha. Durante sua infância e adolescência, ele se chamava Erik Homberger, pois seus pais lhe ocultaram os detalhes de seu nascimento. Na escola, era satirizado pelas crianças por ser um judeu nórdico (os judeus são normalmente morenos, e como Erikson era na verdade filho de dinamarquês, possuía cabelos loiros e olhos azuis).Depois de se formar na escola, se tornou artista. Freqüentou escolas de artes e viajou pela Europa, visitando museus e dormindo embaixo de pontes.
Viveu como rebelde até seus 25 anos, quando começou a dar aulas de artes numa escola experimental para estudantes americanos. Lá, através de amigos em comum, acabou conhecendo Anna Freud, que se tornou sua psicanalista e o incentivou a estudar Psicanálise. Nessa época, também conheceu uma professora canadense de dança, com quem se casou e teve 3 filhos. Graduou-se no Instituto Psicanalítico de Viena, em 1933, se especializando em psicanálise infantil. Iniciou seu trabalho clínico nos Estados Unidos neste mesmo ano, e foi analista didático nos Institutos da Associação Americana de Psicanálise, desde 1942. Sua carreira inclui cargos nas escolas de Medicina de Harvard (de onde saiu como professor emérito) e Yale, na Universidade da Califórnia e na Clínica Austin Rigg. Afastando-se da ênfase de Freud sobre os componentes biológicos-sexuais do desenvolvimento inicial, seu trabalho focalizou brilhantemente os estágios críticos e criativos do desenvolvimento pessoal, e a resolução de várias crises de identidade, as quais define como "um conflito inevitável que acompanha o crescimento do senso de identidade durante a adolescência". Sua própria história de vida contribuiu para a formulação de seus conceitos e teorias. Focalizou também, o desenvolvimento contínuo da personalidade através de toda a vida, um conceito que ele estudou numa variedade de situações sócio-culturais.
Durante sua carreira, Erikson se envolveu em estudos sobre a influência da cultura e da sociedade no desenvolvimento infantil. Ele estudou grupos de crianças nativo-americanas para formular suas teorias. Esses estudos possibilitaram a correlação da formação da personalidade com os valores sociais e familiares. Seu primeiro livro, Infância e Sociedade (1950) se tornou um clássico no assunto. Seus outros livros são: Young Man Luther (1958); Insight and Responsibility (1964); Identity (1958); Gandhi's Truth (1969) e Vital Involviment in Old Age (1986).
INTRODUÇÃO
Usando as teorias de Freud como fundo e como base para comparação, detalhando-as e complementando-as, o professor Erik Erikson formula seus conceitos dos "Oito Estágios do Homem". Ele esboça seu método de desenvolvimento, a partir da experiência de confiança e desconfiança da criança e o começo da esperança, através da procura de identidade do adolescente, da procura de intimidade do jovem e do adulto e a resolução da crise da velhice. Discorre particularmente sobre o período da "crise de identidade" na forma como ela atinge adolescentes, mulheres da cultura de hoje, e como se aplica à vida posterior. Freud apresentou um modelo de desenvolvimento psicossexual muito importante. Ele achava que durante os primeiros cinco anos de vida, no desabrochar biológico do indivíduo, ele se defronta com uma série de conflitos que resolve com diferentes graus de sucesso. Através do que ele chamou de compulsão repetitiva, os reflexos desses padrões iniciais dos primeiros cinco anos continuam a operar posteriormente na vida. Freud não enfatizou na mesma medida o desenvolvimento em períodos posteriores a este, postulando somente cinco fases de desenvolvimento. Erikson não só tentou conceitualizar estes períodos posteriores em mais detalhes, mas também desenvolveu uma análise do desenvolvimento global do homem. Acrescentando mais três estágios de desenvolvimento na fase adulta, pois constatou que não paramos de nos desenvolver, especialmente psicologicamente, após nossos vinte ou trinta anos de vida. Nosso progresso em cada estágio é parcialmente determinado pelo sucesso de todos os estágios anteriores. É como se fosse o desenvolvimento de um botão de rosa, onde cada pétala se abre numa certa hora, numa certa ordem, determinadas geneticamente. Se interferirmos na ordem natural de seu desenvolvimento, arrancando uma pétala prematuramente e fora de ordem, destruiremos o desenvolvimento da flor inteira. Cada estágio tem seu momento. Eles não são usados para tentar apressar a infância e adolescência e chegar prematuramente na fase adulta. Também não possibilitam um prolongamento da infância, ou uma proteção às crianças diante dos obstáculos da vida. Há uma hora e um momento certo para cada estágio. Erikson também fala sobre a interação entre gerações, a qual denominou de mutualismo. Freud deixa bem claro que os pais influenciam dramaticamente o desenvolvimento dos filhos, enquanto Erikson aponta que os filhos também influenciam o desenvolvimento dos pais. É apropriado acrescentar uma terceira geração de influências, pois muitos de nós somos influenciados por avós, e eles por nós. O autor esquematiza o modelo dos oito estágios de desenvolvimento humano relacionando-os com a conquista gradual de "virtudes básicas", a fim de indicar uma base evolutiva do moralismo do homem.
Os Estágios
Primeiro Estágio
O primeiro estágio é a infância ou o estágio oral-sensorial, abrangendo o primeiro ano ou um ano e meio de vida. A criança desenvolve a confiança e a desconfiança, e adquire a virtude da esperança. Por exemplo, se os pais oferecem ao recém nascido um ambiente familiar e aconchegante, essa criança irá sentir que o mundo, principalmente o mundo social, é um lugar seguro de se viver, onde as pessoas são gentis e amorosas. Através da responsa-bilidade dos pais, a criança também aprende a confiar em seu corpo e em suas necessidades biológicas. Se os pais agem inadequadamente como pais, rejeitando ou maltratando seu filho, ou se esquivando de suas necessidades, essa criança desenvolverá a desconfiança. Ela se sentirá apreensiva e desconfiada entre as pessoas. Mas isso não quer dizer que os pais devem ser perfeitos. Aliás, pais super protetores, que estão de prontidão ao primeiro chorinho que a criança emitir, mal adaptarão seu filho, transmitindo-lhes uma confiança exagerada, onde ele acreditará que ninguém poderá lhe causar algum mal. Pior, é claro, é a criança que tende para a desconfiança, podendo desenvolver quadros de depressão, paranóia e possíveis psicoses. Um dos sinais de que a criança está se saindo bem no primeiro estágio, é quando ela não fica ansiosa e preocupada para a satisfação de suas necessidades, isto é, reconhece de certa forma que os pais não precisam ser perfeitos, e que, se eles não a atendem imediatamente, logo irão fazê-lo. Ela confia que os pais têm a situação sob controle, e têm a esperança de que, mais cedo ou mais tarde, tudo se resolverá.
Segundo Estágio
O segundo estágio é o muscular-anal, que vai dos dezoito meses aos três ou quatro anos de idade. O objetivo é desenvolver a autonomia, minimizando a vergonha e a dúvida. Se os pais ou o responsável permite que a criança explore seu meio ambiente, ela desenvolverá o senso de autonomia e independência. Os pais não devem desencorajar a criança, e nem forçá-las. Eles devem ser firmes, mas tolerantes nesse estágio, permitindo a criança adquirir controle próprio e auto-estima. A musculatura anal faz parte da musculatura geral. Sendo assim, a criança nessa fase de desenvolvimento, precisa aprender não só a dominar seu esfíncter, mas os seus músculos e aprender o que ela pode "querer" com eles. Só quando a criança tiver aprendido a confiar em sua mãe e a confiar no mundo (primeiro estágio), é que ela pode passar a ter vontade e precisar arriscar sua confiança, a fim de ver o que ela, como indivíduo digno de confiança, pode querer. As culturas têm formas diferentes de cultivar ou destruir essa vontade. Algumas usam a vergonha, que pode ser uma forma terrível de auto-alienação para o homem. A base racional deve estar a favor da autonomia. Se em certos aspectos se têm relativamente mais vergonhas do que autonomia, então se sente ou age como inferior durante toda a vida, ou contra ataca de forma consistente esse sentimento. Porém, é mais fácil a criança desenvolver a vergonha e a dúvida se os pais não derem abertura para a exploração e independência, tornando-se incapaz de agir por si mesma. Ela pode se tornar extremamente envergonhada, e duvidar de suas habilidades. Se não for dado à criança o senso de limite, for dada liberdade em demasia, ou até mesmo ajudá-la a fazer aquilo que devem aprender sozinhas, ela irá se sentir igualmente incapaz de agir por conta própria. Por outro lado, um pouco de vergonha e dúvida não é só inevitável como benéfico. Isso favorecerá o impulso, ou seja, mais para frente, a criança encarará situações onde ela não tem certeza de suas habilidades, mas que podem vir a ser situações de sucesso.Muita vergonha e dúvida podem levar ao comportamento compulsivo, onde a pessoa acha que o mundo gira ao redor dela, obrigando-a a se esquivar de erros e agir com perfeição. Se a autonomia versus dúvidas e vergonhas estão em equilíbrio, a criança desenvolverá a virtude da autodeterminação, podendo ser um adulto melhor no futuro.
Terceiro Estágio
O terceiro estágio é o locomotor-genital, que vai dos três ou quatro anos até os cinco ou seis anos, onde a criança aprende a ter a virtude da iniciativa, o que significa responder positivamente aos desafios do mundo, tendo responsabilidades e aprendendo novas tarefas. Os pais podem incentivar seus filhos a terem iniciativa, encorajando-os a seguirem suas idéias, ou seja, suas fantasias, curiosidades e imaginação. É hora de brincadeira, não de educação formal. A criança agora é capaz, como nunca antes, de visualizar e imaginar situações futuras. Ela começa a vislumbrar metas para as quais a sua locomoção e cognição a prepararam. A criança também começa a pensar em ser grande e identificar-se com pessoas cujo trabalho ou personalidade ela pode entender e apreciar. A virtude desenvolvida é o "propósito", que envolve esse complexo global de elementos. É durante esse período que se torna incumbência da criança reprimir ou redirigir muitas fantasias que se desenvolvem no início de sua vida. Mas se ela pode imaginar o futuro, se pode planejar, pode ser também responsável e culpada. A criança já tem a noção de que se jogar a escova de dente dentro do vaso sanitário, será responsável e culpada por isso, ou seja, já tem a capacidade para julgar seus atos. O excesso de culpa faz com que a criança se torne inibida, afetando seu lado sexual, podendo se tornar frígida ou impotente.
Quarto Estágio
O quarto estágio é o de latência ou idade escolar, que vai aproximadamente dos seis aos doze anos. Essa fase trabalha a virtude da competência, eliminando os excessos de inferioridade. O termo "latência" foi utilizado por Freud para determinar que certas emoções, principalmente as sexuais, eram relativamente reprimidas nessa fase, ficando a criança livre para se concentrar e aprender. A psicanálise posterior não dá tanta ênfase ao aspecto sexual apenas, destacando sim, a enorme curiosidade de aprender e de saber durante este estágio da vida. As crianças dedicam suas energias no aprendizado escolar e social dentro da sociedade em que vivem. A atmosfera social da criança é muito maior agora: os pais e outros membros da família, juntamente com professores e outros membros da comunidade. Uma boa maneira de diferenciar uma criança do terceiro estágio de outra do quarto estágio é observando a maneira que jogam jogos. Crianças de quatro anos adorarão o jogo, mas entenderão vagamente as regras, mudando-as no decorrer do jogo, e muito provavelmente não terminarão a brincadeira. Já crianças de sete anos, se dedicam às regras, respeitando-as e geralmente ficando chateadas se o jogo não é concluído. Se uma criança sofre racismo, ou é discriminada por algum motivo por parentes, professores ou membros da sociedade, ela tende a desenvolver um senso de inferioridade e incompetência. Por outro lado, crianças "super competentes" não desenvolvem outros aspectos característicos da infância. São elas atores mirins, atletas e músicos infantis, crianças -prodígio de todas as espécies. Todos admiramos a competência dessas crianças, mas se olharmos de perto, perceberemos que elas vivem uma vida incompleta e vazia. Mais comum é o "complexo de inferioridade". Muitos de nós não se dão bem com matemática, por exemplo, ou com um esporte específico. A partir daí, nos reprimimos e achamos que nunca superaremos esses obstáculos. Deixamos o complexo de inferioridade tomar conta, e nos tornamos inertes. A melhor maneira de superar essa fase é balancear a superioridade e a inferioridade, adquirindo a virtude da competência, necessária para o justo desenvolvimento das habilidades.
Quinto Estágio
O quinto estágio é a adolescência, começando com a puberdade (13 anos) e terminando aproximadamente entre 18 e 20 anos. O objetivo deste estágio é desenvolver a virtude da fidelidade, ou seja, uma capacidade de perceber e de se manter, através de valores estabelecidos por meio de um sistema de vida específico. Temos quase que um instinto de fidelidade, isto é, quando chegamos numa certa idade podemos e devemos aprender a acreditar em alguma visão ideológica. Falando psiquiatricamente, sem o desenvolvimento de uma capacidade de fidelidade o indivíduo terá uma personalidade fraca, ou procurará um grupo marginal a quem possa ser leal. Esta é a fase da formação da "identidade do ego", e da famosa "crise de identidade", utilizadas por Erikson como base para a formulação dos estágios seguintes. "Identidade do ego" significa saber quem você é e como se encaixa no resto da sociedade. Isso requer a revisão de tudo o que se aprendeu sobre a vida e sobre você, e moldar esses conceitos em uma auto-imagem que tenha um significado para a sua comunidade. Sendo assim, o potencial para o desenvolvimento da força do ego surge da resolução bem-sucedida de todos os processos de desenvolvimentos anteriores. "Crise de identidade" é uma expressão usada em todo o mundo. Mesmo quando uma pessoa consegue ajustar-se sexualmente no sentido técnico e, pelo menos superficialmente, desenvolver o que Freud chamou de maturidade genital, ela pode, ainda assim, ser atingida por problemas de identidade. Ela não pode evoluir sem o desenvolvimento de uma firme identidade no fim da adolescência. O nosso sentido de identidade é composto tanto de elementos positivos como negativos. Há algumas coisas que queremos nos tornar, e que devemos ser, as quais, dadas boas situações sócio-históricas, nós podemos realizar. Depois, há coisas que não queremos ou que não devemos ser. O problema da identidade é que ela precisa estabelecer uma continuidade entre o passado e o futuro da sociedade e que a adolescência, em toda sua vulnerabilidade e poder, é o transformador crítico de ambos. Misturada à identidade positiva, há uma identidade negativa que se compõe daquilo que tem sido motivo de vergonha, pelo qual tem sido punido e do qual se é culpado: os fracassos em competência, em ser bom. Identidade significa uma integração de todas as identificações e auto-imagens anteriores, incluindo as negativas. Um fato muito importante é que os jovens ( consciente ou inconscientemente ), reconheçam sua própria identidade negativa nos seus pais, e comecem a questionar se as identificações primitivas com eles são totalmente úteis e admiráveis como pensavam antes. Em outras palavras, a formação da identidade é de fato, uma reconstrução de todas as identificações anteriores à luz de um futuro antecipado.
Sexto Estágio
Essa é a fase jovem-adulta, que vai dos dezoito aos trinta anos. O objetivo é atingir a intimidade, em contraposição ao isolamento. Isso se refere ao indivíduo que, tendo ultrapassado as questões básicas do seu problema de identidade, pode mover-se em direção a questões de relacionamento com os outros, como relacionamentos íntimos, de amizade, amor, intimidade sexual e, até mesmo intimidade consigo próprio. Intimidade é realmente a habilidade de fundir a sua identidade com a do outro, sem temor de estar perdendo alguma coisa de si mesmo. A virtude desenvolvida nessa fase é o amor. Amor, no contexto teórico, é estar apto a deixar os antagonismos de lado, em nome de uma boa convivência. Não é só o amor encontrado no casamento, mas também o amor por amigos, ou pelo vizinho, ou pelo colega de trabalho, etc.
Sétimo Estágio
Esse é o estágio da idade adulta, que lida com a geratividade versus estagnação. Essa fase vai aproximadamente dos 25 aos 55 anos. Geratividade é uma tendência a que, na maturidade, as pessoas apresentem determinados comportamentos que aumentam sua competência em papéis de liderança, ensino, invenções, artes e ciência, atividades sociais, e em deixar uma contribuição para o bem estar das futuras gerações. Considera-se a geratividade como um diferencial positivo que a idade trás para as pessoas e que precisa ser conhecida e valorizada. A virtude desenvolvida nesta fase é o "cuidado" no sentido que inclui "cuidar de fazer alguma coisa", "ter cuidados" por alguém ou alguma coisa, "cuidar" de quem precisa de proteção e atenção, e "cuidar" de não fazer alguma coisa destrutiva. Essa capacidade de "cuidar," desenvolvida neste estágio, irá acompanhar a pessoa pelo resto da vida.
Oitavo Estágio
O estágio final é a velhice e a maturidade, que vai dos 55 a 60 anos em diante. A virtude a ser desenvolvida é a sabedoria. Muitas pessoas acham que essa fase só se inicia quando a pessoa se sente velha, dando um efeito negativo à velhice. Na teoria de Erikson, atingir essa fase é algo positivo, e o não atingir se torna negativo, pois quer dizer que ocorreram problemas que retardaram o desenvolvimento. Só na velhice pode- se desenvolver uma sabedoria madura, no sentido da pessoa velha chegar a apreciar e a representar algo da sabedoria das idades. Porem, nessa fase, também aparece as doenças, o medo da morte, a preocupação com o passado, os fracassos, as más decisões e escolhas, os arrependimentos. E o pior é achar que não há mais tempo e energia para se reverter a situação. É aí que ocorrem as depressões, as paranóias, os hipocondríacos. A integridade do ego começa a agir para mostrar que é possível olhar para trás , e perceber a necessidade de certas escolhas para o desencadeamento do curso da vida. Se certos erros não ocorressem, a pessoa não seria quem ela é realmente. O medo da morte é abrandado quando a pessoa percebe que foi necessária e importante, se aceita, e acaba por concretizar uma sabedoria de vida.
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