quarta-feira, 20 de março de 2013

Sociedade Sustentável - 1. Teoria Social e o ambiente I



Sociedade e NaturezaDurante milhares de anos, a existência e a sobrevivência da humanidade dependeram das condições ditadas pela natureza. Isolados, fracos, repletos de necessidades e assustados diante da grandeza e da imprevisibilidade dos fenômenos naturais, durante muito tempo os seres humanos submeteram-se às forças da natureza e as trataram com respeito e temor. Até poucos séculos atrás, a natureza abrigava o homem, constituía o seu habitat.


Ao longo da história da humanidade, porém, a relação entre a sociedade e natureza foi se alterando a medida em que o homem se percebe diferenciado (a natureza humana como diferente da natureza) ou até mesmo afastado do mundo natural (quando surgem, por exemplo, as cidades e acelera-se o processo de urbani8zação). Essa transformação lenta, mas progressiva, propicia uma reflexão - um movimento de retorno sobre o saber, sobre o que é o ser, como as coisas funcionam e para que servem.

Desse questionamento, surgem a filosofia e as ciências que, dentro dos limites do conhecimento de cada época, especularam e formularam diversas concepções sobre o que é o homem, o que é a natureza e o que um tem a ver com a outra. Em linhas gerais, pode-se dizer que a filosofia, as ciências e as teorias da sociedade comtemporânea herdaram a influência de duas concepções de ciência e filosofia universais: a grega e a hebraica.

A filosofia grega, denominada monista, parte do princípio da imanência do ser, ou seja, homem e natureza são inseparáveis, pertencem ao mundo das coisas concretas, materiais, e formam um todo. A filosofia hebraica, denominada dualista, ao contrário, baseia-se na transcendência, isto é, o homem pertence à natureza, mas a natureza foi criada por Deus, que é um ser superior que se coloca acima das coisas materiais. Como o homem foi criado à imagem de Deus, ele pode se transformar em Senhor da natureza para respeitar a vontade divina. Na epistemologia  antiga (séc. V a.C. até o século XVI d.C.), predomina o monismo; na epistemologia moderna (século XVII a século XIX), predomina a concepção dualista, baseada na dominação da natureza, evidenciada no pensamento de Descartes, Kant, Hegel. Na parte final do Discurso do método (1637), Descartes diz o seguinte:

conhecendo a força e a ações do fogo, da água, do ar, dos astros, dos céus e de todos os outros corpos que nos cercam, tão distintamente como conhecemos os diversos misteres de nossos artífices, poderíamos emprega-los da mesma maneira em todos os usos para os quais são próprios, e assim nos tornar como que senhores possuidores da natureza (DESCARTES, 1983, p. 63, grifo nosso)

Pode-se dizer que o desenvolvimento da técnica e da ciência no contexto das relações de produção e reprodução das sociedades capitalistas nos séculos seguintes foi permeado pela idéia cartesiana de que é possível explorar a natureza (entendida como uma quantidade de recursos disponíveis e ilimitados) e dominá-la (a partir do uso eficaz de instrumentos técnicos e conhecimentos cientifícos).

Tal atitude em relação aos recursos naturais, no entanto, tem provocado, ao longo do tempo, danos irreparáveis ao ambiente. Em graus variáveis, e em épocas e espaços diferentes, pode-se tomar como exemplo de degradação do ambiente a escassez de recursos naturais não renováveis na era industrial, a alteração das estações e do clima, a erosão e o desmatamento. Diate dessas constatações surgiu, entre o final do século XIX, a epistemologia socioeconômica e uma crise ecológica, que podem ser caracterizadas filosoficamente como a tensão constante entre modos monistas e dualista de compreender e viver a relação entre a sociedade e natureza.

A mesma civilização que construiu o processo tecnológico e cientifico baseado na exploração e na dominação da natureza encontra-se diante de uma crise de paradigmas. A crise ecológica é uma crise da razão, uma crise de ligação e limite: o que nos liga à natureza, o que liga o homem, os animais e os seres vivos? O que nos distingue dos animais, dos seres vivos, da natureza? Os ecologistas reatualizam a discussão sobre a relação entre a sociedade e natureza modificando a frase de Descartes: o homem deve ser mestre e protetor da natureza.

Teoria social clássica

O que significa teoria social e porque estuda-la para compreender o ambiente? Como foi visto até aqui, existiram muitas correntes da filosofia que, de certa forma, pensaram a relação entre o homem e a natureza. Ou melhor, conceberam determinadas idéias sobre a natureza e a humanidade a partir de uma ou outra concepção filosófica.

A filosofia, como a ciência, constitui um modo de conhecimento produzido historicamente por sociedades que a reconhecem como válida. O mundo ocidental, ao longo dos séculos XIX e XX, conferiu ao saber produzido pelam ciência um estatuto superior aos demais, assim como possibilitou o pleno desenvolvimento e a consequente especialização do conhecimento cientifico. A ciência observa, a partir daí, a possibilidade de aprofundar conhecimentos sobre o universo, a vida, os seres humanos e a sociedade em um grau que não poderia ser abrangido por uma única disciplina ou pleo estudo de um único indivíduo. O surgimento e o desenvolvimento da biologia, da filologia, da economia, da psicologia e da sociologia, dentre outras, no campo epistemológico, propiciou igualmente aperfeiçoamento teórico metodológico, rigor intelectual e sistematização de conhecimento sem igual.

A filosofia, assim como a ciência, constitui um modo de conhecimento produzido historicamente por sociedades que a reconhecem como válida

 Em nome da razão, constitui-se uma ciência poderosa para alcançar os seus fins e uma ciência determinista para justificar os seus meios.
 
 
A ciência entretanto, é tecida pelas e nas razões sociais. Não paira sobre os indíviduos - ao contrário, é entremeada de representações, crenças e valores subjacentes à sociedade e aos indivíduos que os legitimam. Ou, em outras palavras, o fazer-se da ciência não ocorre separado dos interesses sociopolíticos e do aparato tecnológico que lhe dá suporte e sustentação. é fruto do conhecimento dos homens e ligada à necessidade de produção material dos homens. Em nome da razão, constitui-se uma ciência poderosa para alcançar os seus fins e uma ciência determinista para justificar os seus meios.
 
Portanto, a teoria social clássica, desenvolvida no decorrer do século XIX na Europa, construiu um modelo explicativo da realidade que, sob determinadas perspetivas, ampliou a compreensão sobre sua própria época, mas, ao mesmo tempo, foi condicionada por ela. No decorrer do século XIX e até meados do século XX, a teoria social voltou-se fundamentalmente para o ensino dos fenômenos sociais, inclusive porque a crescente especialização e a competitividade das ciências exigia a demarcação da estrutura conceitual e metodológica de cada disciplina, até certo ponto impedindo que florescessem questionamentos mais profundos sobre as relações entre a sociedade e o seu substrato "natural" ou "material".
 
 Isso não quer dizer que não houve defensores de uma estreita relação entre a biologia e a sociologia para se compreender a sociedade. Augusto Comte assim como Herbert Spencer, considerava que os princípios e os procedimentos metodológicos da biologia deveriam ser aplicados na análise sociológica. Comte estabeleceu, por exemplo, analogia entre a forma e a função dos organismos vivos e seus órgãos para explicar a correlação entre indivíduos e instituições nas sociedades modernas. Spencer transpôs os modelos de evolução, seleção e variação de Darwin para o desenvolvimento social.
 
Os economistas políticos clássicos (1770-1830) procuravam apontar a relação entre as possibilidades econômicas do homem e as limitações estabelecidas pelas condições ambientais. Malthus de modo mais direto, dedicou-se a estudar os efeitos sociais do crescimento demográfico e a escassez dos alimentos - a reprodução biológica dos pobres seria bem mais rápida que o incremento agrícola para abastecer a população. Tanto David Ricardo como John Stuart Mill identificaram os potenciais limites do crescimento e dos recursos naturais em uma economia agrícola em expansão. Baseado em argumentos diferentes, ambos concluem que o crescimento econômico explosivo do século XIX redundaria num esgotamento da fertilidade dos solos e na queda das taxas de rendimento da terra.
 
Em meados do século XIX, o crescente ritmo da industrialização tomou os prognósticos de Malthus e de Ricardo redundantes. As taxas de crescimento demográfico continuavam a aumentar, assim como a produtividade agrícola, mas esta produtividade apresentava um papel cada vez mais reduzido no processo de crescimento econômico. Com a crescente importância de industrialização no destino da humanidade, juntamente com a especialização das ciências, é compreensivel que esses estudos - que, de um modo ou de outro, procuravam entender os elos entre a sociedade e o ambiente - fossem desviados para outros enfoques.
 
A fim de compreender as origens e os efeitos da degradação ambiental na sociedade comtemporânea, cabe analisar, ainda que de modo amplo e geral, a contribuição da teoria social clássica, que não tomou como principal viés de análise a relação entre sociedade e natureza, seja porque havia uma disjunção entre os conhecimentos do mundo natural e do mundo social, seja porque a percepção dos potenciais problemas ecológicos não tinha ainda contornos claros como os de hoje. De acordo com Goldblatt (...) para a teoria social clássica, o problema ecológico fundamental não era as origens da degradação do ambiente, mas o modo como as sociedade pré-modernas haviam sido controladas pelos seus ambientes naturais, e o modo como as sociedades modernas haviam conseguido ultrapassar esses limites ou, em certa medida, se haviam desligado das suas origens "naturais".
 

Teoria social sob o signo da Revolução Industrial

Da-se o nome da Revolução Industrial às profundas transformações econômicas e sociais que ocorreram na Europa a partir da segunda metade do século XVIII. Basicamente, a Revolução Industrial consistiu, e ainda consiste, na busca de novas fontes de energia e sua aplicação em máquinas capazes de produzir bens. Iniciada na Inglaterra, a industrialização estendeu-se à França em torno de 1810 e, em seguida, à Alemanha. Aproximadamente em 1840, começava a industrialização dos Estados Unidos da América; a partir da metade do século XIX, também se transformavam a Rússia, o Japão e a Itália.
 
O processo de industrialização tornou-se um fenômeno mundial e consolidou definitivamente o modo de produção capitalista. A mecanização do processo de produção de bens alterou drasticamente a natureza e a sociedade, com a introdução de maquinaria e de novas formas de organização do trabalho. Na Inglaterra do inicio do século XVIII, por exemplo, ainda predominava uma forma de trabalho baseada na produção familiar. Uma das principais atividades da época era a produção de tecidos. A família funcionava como uma pequena u8nidade industrial em que cada membro dedicava-se a uma ocupação - uns fiavam, outros cardavam, outros teciam. A família era então proprietária da produção, dos instrumentos de trabalho que utilizava e das matérias primas que transformava. As peças de tecido eram depois comercializadas nas cidades próximas pelo chefe da família. Com a expansão do mercado consumidor, e com o surgimento dos comerciantes manufatureiros, que intermediavam as relações comerciais, modificaram-se pouco a pouco as relações de trabalho e a vida social. Surgiram as fábricas e muitos camponeses deslocaram-se do campo para a cidade em busca de emprego. As condições de vida nas cidades industriais, no entanto, causaram sérias alterações na rotina de camponeses e artesãos.
 
Num primeiro momento, a urbanização não acompanhou o grande contingente de pessoas que migraram para as cidades. Péssimas condições de higiene e saneamento básico, moradias insalubres e falta de água eram alguns dos fatores negativos do processo inicial da industrialização, assim como os operários eram submetidos a condições de trabalhos sub-humanas.
 
Do ponto de vista tecnológico, o impulso definitivo dado à Revolução Industrial foi a invenção do tear mecânico (que antecedeu todas as máquinas industriais modernas), o coque metalúrgico (usado como combustível nos altos fornos para a produção de ferro e aço) e a máquina a vapor. Um dos maiores impactos causados pela industrialização, no entanto, foi a invenção da locomotiva e o consequentemente desenvolvimento das estradas de ferro. Paralelamente à produção têxtil, crescem a mineração, a siderurgia e as indústrias metalúrgicas e mecânica (que produziam as máquinas para as demais indústriais). Houve também um grande avanço na indústria de construção naval e em todos os setores ligados aos meios de transporte, indispensáveis ao escoamento das mercadorias.
 
Como a produção de maquinas exigia grandes somas de dinheiro, desenvolveu-se também toda uma rede de relações comerciais, sistemas bancários e participação direta dos governos para arrecadação das quantias necessárias. O Estado assumia ainda o papel de regulador das leis trabalhistas e de entidades de classe, fornecendo subsídios à indústria e formulando regulamentos bancários.
 
Todas essas transformações causaram impacto também sobre a produção do conhecimento e geraram reflexões teóricas acerca do modo como as sociedades modernas haviam conseguido ultrapassar os limites naturais ou, em certa medida, haviam se desligado de suas origens naturais, embora problemas ambientais não se colocassem ainda como variáveis importantes para a análise social. Cabe, no entanto, analisar alguns aspectos da contribuição de três pensadores clássicos da sociologia moderna para os posteriores modelos de análise que surgirão no século XX.

Marx, Durkheim e Weber: entre o social e o natural

Para Marx, o homem é um ser racional, mas o que o distingue dos outros animais, mais do que a razão, é o trabalho. Por meio do trabalho, o homem transforma a natureza. os animais fabricam instrumentos, mas não trabalham. Os homens fabricam os meios de suprir suas necessidades, que mudam no tempo e no espaço.
 Nessa linha de produção, a sociedade de classes inevitavelmente produz a luta de classes - a luta entre aqueles que não detém os meios de produção e, portanto são obrigados a vender a sua força de trabalho para aqueles que detêm os meios de produção e o capital. Segundo Marx, é possível construir uma sociedade rica sem divisão de classes porque os trabalhadores podem trabalhar e participar da gestão da sociedade. As idéias que os homens t~em sempre definidas pela posição que ocupam no espaço do trabalho: há aqueles que vivem o tempo do trabalho e há aqueles que têm o tempo para pensar no trabalho.

Para Marx, a natureza é compreendida enquanto objeto de transformação do homem por meio do trabalho para obter as condições naturais desse trabalho e como meio de subsistência. Conforme os estudiosos da filosofia marxista, essa visão estática da natureza, ou de submissão aos interesses do homem, decorre do fato de Marx dedicar essencialmente à compreensão do sistema capitalista, no qual a natureza já aparecia como simples mercadoria, e secundariamente com as sociedades primitivas, nas quais o mundo natural foi pouco modificado por causa do desenvolvimento das forças produtivas e da veneração com que era tratado. Nas sociedades capitalistas, a natureza não é revestida de poder nem considerada como sujeito e sim como objeto de consumo ou como meio de produção.
 
Durkheim compreende a divisão do trabalho como sendo uma estrutura de toda a sociedade moderna, calcada na propriedade privada e na diferenciação social das pessoas, sendo a divisão técnica ou econômica apenas uma manifestação dessa realidade histórica. Assim, discorda-se de que os homens teriam anteriormente consciência da sua individualidade e dividiriam o trabalho atribuindo uma ocupação especifica para cada um a fim de aumentar o rendimento coletivo. Para Durkheim a consciência da coletividade não poderia existir antes da solidariedade orgânica e da divisão do trabalho. Em seu conhecido estudo Da divisão do trabalho social, o autor analisa e destaca o papel de fatores como a densidade demo´ráfica e a escassez de recursos no processo de divisão do trabalho. Ou seja, identifica a importância do mundo natural na evolução das sociedades humanas, na medica em que relaciona a densidade populacional com os recursos disponíveis e daí surge a estratificação social.
 
Assim como Marx, Durkheim rejeita o determinismo biológico, afirmando que os fenômenos sociais não podem ser estudados a partir do evolucionismo biológico ou de variáveis como raça, instinto, clima, etc. Ao contrário, ambos os autores salientam o ponto de contato econômico entre as sociedades humanas e o mundo natural e a sua importância para as transformações históricas. Durkheim, em suas análises, deteve-se mais sobre o papel da industriazalização do que a escassez de recursos, evidentemente porque estava mais interessado em descobrir como a industrialização influenciava a sociedade e não como a sociedade influenciava o meio ambiente.

Dentre os teóricos sociais clássicos, Weber é o que menos se volta para as questões referentes ao mundo natural. Inserido no rol dos cientistas sociais que se opunham a utilizar os marcos metodológicos definidos pelas ciências naturais, entende o objeto da sociologia como, fundamentalmente, "a captação da relação de sentido" da ação humana. Ou, em outras palavras, Weber diz que não basta explicar um fenômeno social: é preciso compreender o conteúdo simbólico da ação ou das ações que o configuram. Nessa perspetiva, não é possível explicar propriamente o fato social como resultado de um relacionamento de causas e efeitos (procedimento das ciências naturais) e sim compreende-lo como fato carregado de sentido, isto é, como algo que aponta para outros fatos e somente em função dos quais poderia ser conhecido em toda a sua amplitude.

Em alguns dos seus estudos, encontram-se algumas referencias indiretas sobre o mundo natural, como na sua análise sobre o judaísmo, na qual faz algumas reflexões sobre as origens e as consequências ecológicas do nomadismo; ou nas suas investigações históricas sobre os modos de produção agrária da Antiguidade - mas não são estudos que indicam algum tipo de reconhecimento do impacto das atividades sociais sobre os diversos ambiente naturais. Nos seus trabalhos mais conhecidos, como a Ética Protestante e o espírito do capitalismo Economia e sociedade,  não existem referências ecológicas, mas em sua História econômica geral ele desenvolveu alguns elementos que certamente apontam para a direção de uma ecologia humana. Nesse estudo, Weber indica alguns fatores ambientais que podem ser considerados, dentro de modelos multicausais, como prováveis fatores de sobrevivência de algumas camadas sociais sobre as outras.

Em suma, embora entre suas concepções teóricas haja divergências, Marx, Durkheim e Weber contribuíram significativamente para a compreensão das relações sociais sob o sistema capitalista e das influências da industrialização na forma das sociedades se organizarem do ponto de vista econômico e político, assim como indicaram possibilidades de transformações culturais a partir do socialismo. A limitação das suas análises sobre a relação entre sociedade e natureza se dá muito mais em função de que na sociedade em que viveram o capitalismo e a tecnologia industrial se colocavam como capacidade de criar abundância material e não havia nas sociedades modernas limitações naturais evidentes. Esse trio de pensadores clássicos reagiu contra as teorias sociais de fundo biológico, mas não necessariamente negou o papel da natureza nas transformações históricas. Por certo, desenvolveram um pensamento relativamente antropocêntrico em que a natureza aparecia muito mais como cenário onde se realizava a trama histórica do que como sujeito/objeto ativo do processo histórico.

suas teorias, no entanto, não apresentam um retrocesso em relação às anteriores, ao contrário, representam um avanço sobre as teorias sociais de sua época porque colocaram a questão social no centro da reflexão sobre a humanidade. Se as estruturas conceituais desses pensadores já não parecem suficientes para compreender e explicar o século em que as inovações sociais, tecnológicas e comunicacionais alteraram sensivelmente as estruturas sociais, as formas de produção, a organização institucional, as relações de trabalho, a percepção de tempo e espaço, a degradação dos ecossistemas, dentre tantas outras mudanças inusitadas, constituíram um ponto de partida fundamental para a epistemologia do século XX.

 
 
 
 




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