O termo messianismo político, nomenclatura da
filosofia e adotada pela Ciência Política para designar movimentos que trituram
a racionalidade, movidos por líderes salvadores.
Temos exemplos de messianismo politico ao redor de todo o mundo desde a antiguidade. Vemos
na Bíblia os judeus esperando um rei que os salvasse e os libertasse. Em
Portugal, no ano de 1588, o Rei Sebastian desapareceu numa batalha e a
partir desta data, aquele pais começou a esperar o rei perfeito que haveria de
vir e salvar a nação. Ele era novo, solteiro, porém nunca retornou.
O primeiro messiânico politico brasileiro foi Dom Pedro II,
que teve a sua maioridade antecipada a fim de conter o caos gerado pelo governo regencial de
Diogo Feijó, período marcado por algumas insurreições populares, como a
Revolução Farroupilha, a Balaiagem e a Sabinada.
Hittler na Alemanha, Mussolini na Italía,
Hugo Chaves na Venezuela Está entre os seguidores de Marine Le Pen, na
França, nos Estados Unidos, entre os apoiadores de Donald Trump.
A figura de um “messias político” ficou
no imaginário da brasileiro como uma pessoa abnegada, que poderia fazer tudo pelo bem comum, e
resolver as nossas crises. Aproveitando-se dessa cultura, muitos se aproveitam
da imagem do salvador da pátria, simplesmente para fins eleitoreiros.
Getúlio Vargas, Kubitscheck e mais recentemente Collor foram figuras
messiânicas que tirariam oo Brasil da crise. O Brasil vive atrás de heróis, mas
eu prefiro um líder menos carismático e mais eficaz. Que apresente mais fatos
concretos e menos ideologias. Quero um representante mais ético e não me
importo com um discurso cativante. Quero um politico mais técnico, mais eficaz
e menos discursos de direita ou de esquerda.
No período da ditadura, muitos se levantaram contra o regime, e quem
subiu foi Sarnei, do partido da direita. Entra Collor, o caçador de Marajas,
primeiro presidente eleito pelo povo deste 1960. Depois Itamar, Fernando Henrique, Lula, Dilma
e Temer. Eleitos pelo povo, seja como presidentes ou como vice.
E agora? Temos de um lado Bolsonaro e seu Vice, Haddad e sua vice. O que eles apresentam?
Sinto que nosso problema não é a necessidade de um messias, mas a incapacidade
de escolhermos um ser humano. É como se o demônio estivesse brigando com o
diabo para ver quem manda.
A politica brasileira enfrenta período de trevas a muito tempo, mas
tenho medo de perder o direito a exercer o meu direito de expressão. Veja que todos
os candidatos foram vaiados, menos um? Qual o motivo? Pense nisso.
O ódio, quer seja da direita ou da esquerda não pode fazer parte da
cultura brasileira, um país de misturas raciais. Um Brasil aberto para a
diversidade, que é o principio da democracia. Um Brasil que entende que o
contrário é o desafio para mudar para melhor e não um estimulo ao ódio.
O povo brasileiro está se sentindo inseguro e sem capacidade de consumo.
Isto está trazendo sentimento de revolta, tristeza e violência. Procurar a alegria
em algo ou alguém externo é frustração certa. Em vez de procurar algo em
alguém, devemos começar por nós mesmo. Como está a nossa ética, a nossa
produtividade, a nossa tolerância, o nosso discurso político?
Churchill afirma que a democracia é o pior dos sistemas, tirando todos
os outros.
O Lulismo representou um marco no Brasil. Mudou o panorama, expos as
chagas. Será que o Bolsonarismo também será outro marco? Vai depender do seu
agir. Ele representa o conservadorismo da direita e repulsa à corrupção. Será
que vai conseguir ser o que representa?
Ser bolsonarista ou anti-lulismo nesse momento é muito pouco diante do
que temos que enfrentar. Nenhum dos dois lados me representa. O anti-lulismo representa muito mais do que o
conservadorismo da direita. O Bolsonarismo ganhou espaço por ser anti-lulismo,
mas ele não é so isso. E o que o complementa que me assusta....
O PT representa a transferência de poder ao pobre. Mas o que o PSL
representa?
A verdade é que o povo vota com quem se identifica.
Haddad, para conseguir lutar no segundo turno, está eliminando Lula de
seu discurso. Bolsonaro está neutralizando o seu vice, dizendo que quem manda é
ele. Atitudes parecidas: neutralizar o apoio! “Quem manda sou eu!”
O governo Bolsonaro será viável pela supressão dos direitos fundamentais
dos cidadãos. A jovem democracia brasileira corre risco de naufragar.
No passado so se prendia as pessoas da gestão que foi deposta. Graças a
democracia, temos pessoas na ativa sendo presas.
Hoje, quando cai um prédio, podemos manifestar repúdio. No passado, o
máximo foi a música ”O bêbado e o equilibrista”, inspirada num viaduto que caiu
no Rio de Janeiro, no governo Medici em 1971, numa obra hiper-faturada feita
com material de segunda.
Honestidade não é ausência de denúncias como ocorre na ditadura. Mesmo
que a democracia tenha falhas, não podemos abrir mão dela em troca de um
sistema autoritário.
A democracia não é um sistema que impede a corrupção, mas é um sistema
onde o corrupto pode ser punido.
Me diga com quem andas, que eu te direi quem és!!!! De acordo com nosso
famoso adagio.
Minha geração estava cansada da
ditadura. Mas também estamos cansados da corrupção. Mas a corrupção não
pertence apenas à esquerda e à direita. A corrupção esta enraizada na cultura
do jeitinho brasileiro, de querer tirar vantagem de tudo.
Eu não me identifico com nenhum
dos dois candidatos. Por favor, deixe-me com minha descrença a respeito de
messias na politica brasileira. E falando em Messias, falo em Deus, e termino
dizendo para todos aqueles que acreditam num messias politico: Eu não consigo
limitar Deus aos meus limitados padrões morais....
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