sábado, 13 de outubro de 2018

Messianismo Politico e as eleições de 2018

O termo  messianismo político, nomenclatura da filosofia e adotada pela Ciência Política para designar movimentos que trituram a racionalidade, movidos por líderes salvadores.
Temos exemplos de messianismo politico ao redor de todo o mundo desde a antiguidade. Vemos na Bíblia os judeus esperando um rei que os salvasse e os libertasse. Em Portugal, no ano de 1588, o   Rei Sebastian desapareceu numa batalha e a partir desta data, aquele pais começou a esperar o rei perfeito que haveria de vir e salvar a nação. Ele era novo, solteiro, porém nunca retornou.
O primeiro messiânico politico brasileiro foi Dom Pedro II, que teve a sua maioridade antecipada a fim de  conter o caos gerado pelo governo regencial de Diogo Feijó, período marcado por algumas insurreições populares, como a Revolução Farroupilha, a Balaiagem e a Sabinada.
Hittler na Alemanha, Mussolini na Italía, Hugo Chaves na Venezuela Está entre os seguidores de Marine Le Pen, na França, nos Estados Unidos, entre os apoiadores de Donald Trump.
A figura de um “messias político” ficou no imaginário da brasileiro como uma pessoa abnegada,  que poderia fazer tudo pelo bem comum, e resolver as nossas crises. Aproveitando-se dessa cultura, muitos se aproveitam da imagem do salvador da pátria, simplesmente para fins eleitoreiros.  
Getúlio Vargas, Kubitscheck e mais recentemente Collor foram figuras messiânicas que tirariam oo Brasil da crise. O Brasil vive atrás de heróis, mas eu prefiro um líder menos carismático e mais eficaz. Que apresente mais fatos concretos e menos ideologias. Quero um representante mais ético e não me importo com um discurso cativante. Quero um politico mais técnico, mais eficaz e menos discursos de direita ou de esquerda.
No período da ditadura, muitos se levantaram contra o regime, e quem subiu foi Sarnei, do partido da direita. Entra Collor, o caçador de Marajas, primeiro presidente eleito pelo povo deste 1960.  Depois Itamar, Fernando Henrique, Lula, Dilma e Temer. Eleitos pelo povo, seja como presidentes ou como vice.
E agora? Temos de um lado Bolsonaro e seu Vice, Haddad e sua vice.  O que eles apresentam?
Sinto que nosso problema não é a necessidade de um messias, mas a incapacidade de escolhermos um ser humano. É como se o demônio estivesse brigando com o diabo para ver quem manda.
A politica brasileira enfrenta período de trevas a muito tempo, mas tenho medo de perder o direito a exercer o meu direito de expressão. Veja que todos os candidatos foram vaiados, menos um? Qual o motivo? Pense nisso.
O ódio, quer seja da direita ou da esquerda não pode fazer parte da cultura brasileira, um país de misturas raciais. Um Brasil aberto para a diversidade, que é o principio da democracia. Um Brasil que entende que o contrário é o desafio para mudar para melhor e não um estimulo ao ódio.
O povo brasileiro está se sentindo inseguro e sem capacidade de consumo. Isto está trazendo sentimento de revolta, tristeza e violência. Procurar a alegria em algo ou alguém externo é frustração certa. Em vez de procurar algo em alguém, devemos começar por nós mesmo. Como está a nossa ética, a nossa produtividade, a nossa tolerância, o nosso discurso político?
Churchill afirma que a democracia é o pior dos sistemas, tirando todos os outros.
O Lulismo representou um marco no Brasil. Mudou o panorama, expos as chagas. Será que o Bolsonarismo também será outro marco? Vai depender do seu agir. Ele representa o conservadorismo da direita e repulsa à corrupção. Será que vai conseguir ser o que representa?
Ser bolsonarista ou anti-lulismo nesse momento é muito pouco diante do que temos que enfrentar. Nenhum dos dois lados me representa.  O anti-lulismo representa muito mais do que o conservadorismo da direita. O Bolsonarismo ganhou espaço por ser anti-lulismo, mas ele não é so isso. E o que o complementa que me assusta....
O PT representa a transferência de poder ao pobre. Mas o que o PSL representa?
A verdade é que o povo vota com quem se identifica.
Haddad, para conseguir lutar no segundo turno, está eliminando Lula de seu discurso. Bolsonaro está neutralizando o seu vice, dizendo que quem manda é ele. Atitudes parecidas: neutralizar o apoio! “Quem manda sou eu!”
O governo Bolsonaro será viável pela supressão dos direitos fundamentais dos cidadãos. A jovem democracia brasileira corre risco de naufragar.
No passado so se prendia as pessoas da gestão que foi deposta. Graças a democracia, temos pessoas na ativa sendo presas.
Hoje, quando cai um prédio, podemos manifestar repúdio. No passado, o máximo foi a música ”O bêbado e o equilibrista”, inspirada num viaduto que caiu no Rio de Janeiro, no governo Medici em 1971, numa obra hiper-faturada feita com material de segunda.
Honestidade não é ausência de denúncias como ocorre na ditadura. Mesmo que a democracia tenha falhas, não podemos abrir mão dela em troca de um sistema autoritário.
A democracia não é um sistema que impede a corrupção, mas é um sistema onde o corrupto pode ser punido.
Me diga com quem andas, que eu te direi quem és!!!! De acordo com nosso famoso adagio.
 Minha geração estava cansada da ditadura. Mas também estamos cansados da corrupção. Mas a corrupção não pertence apenas à esquerda e à direita. A corrupção esta enraizada na cultura do jeitinho brasileiro, de querer tirar vantagem de tudo.
 Eu não me identifico com nenhum dos dois candidatos. Por favor, deixe-me com minha descrença a respeito de messias na politica brasileira. E falando em Messias, falo em Deus, e termino dizendo para todos aqueles que acreditam num messias politico: Eu não consigo limitar Deus aos meus limitados padrões morais....

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