quarta-feira, 28 de junho de 2023

Um Estudo dos Concílios Cristãos e Suas Decisões Doutrinárias

Introdução: 

Ao longo da história cristã, ocorreram vários concílios importantes que tomaram decisões doutrinárias e disciplinares que influenciaram o desenvolvimento da igreja. Abaixo estão alguns dos principais concílios e suas decisões:

Concílio de Niceia (325 d.C.): O concílio foi convocado para resolver a controvérsia a respeito da natureza de Jesus Cristo. Foi declarado que Jesus era de mesma substância (homoousios) que o Pai, rejeitando a visão de Ario, que defendia que Jesus era uma criação divina. O Credo de Niceia foi formulado neste concílio.

Concílio de Constantinopla (381 d.C.): Este concílio abordou principalmente a divindade do Espírito Santo e completou o Credo Niceno ao incluir uma seção sobre o Espírito Santo. O Credo Niceno-Constantinopolitano é amplamente aceito nas tradições cristãs orientais e ocidentais.

Concílio de Éfeso (431 d.C.): O concílio tratou da natureza de Cristo, afirmando que Jesus era uma pessoa divina e humana em uma única natureza (união hipostática). Maria foi proclamada como Theotokos (Mãe de Deus).

Concílio de Calcedônia (451 d.C.): O concílio definiu a doutrina da natureza de Cristo, afirmando que Jesus tinha duas naturezas distintas (divina e humana) unidas em uma única pessoa. Isso ficou conhecido como a doutrina da união hipostática.

Segundo Concílio de Constantinopla (553 d.C.): Este concílio tratou principalmente das controvérsias cristológicas e afirmou que Jesus tinha uma vontade humana e uma vontade divina.

Terceiro Concílio de Constantinopla (680-681 d.C.): Este concílio lidou com a controvérsia monotelita, que negava a existência de uma vontade humana em Cristo. O concílio afirmou que Jesus tinha duas vontades (divina e humana).

Quarto Concílio de Constantinopla (869-870 d.C.): Este concílio rejeitou o patriarca Fócio, que havia sido excomungado anteriormente e, posteriormente, reinstalado. Também abordou várias questões disciplinares.

Esses são apenas alguns exemplos dos principais concílios cristãos na era cristã e suas decisões. Cada concílio abordou questões específicas e teve um impacto significativo no desenvolvimento da doutrina e organização da igreja. A seguir, tratar-se-á dos concílios de modo mais detalhado.

Concílio de Niceia

A origem do Concílio de Niceia remonta ao século IV, especificamente ao ano de 325 d.C. O imperador romano Constantino, que havia se convertido ao cristianismo, convocou esse concílio com o objetivo de resolver a controvérsia doutrinária que havia surgido em relação à natureza de Jesus Cristo.

A principal questão em debate era a visão defendida por Ario, um presbítero de Alexandria, conhecida como arianismo. Ario afirmava que Jesus Cristo, como Filho de Deus, era uma criação divina, inferior ao Pai em natureza e essência. Essa visão desafiava a crença tradicional na divindade plena de Cristo.

Durante o Concílio de Niceia, que contou com a participação de bispos e líderes eclesiásticos de todo o Império Romano, a questão central foi debatida intensamente. No final, o concílio tomou várias decisões significativas:

Definição da natureza de Cristo: O concílio afirmou a crença na divindade plena de Jesus Cristo, declarando que Ele era de "mesma substância" (homoousios) com o Pai. Isso significa que Jesus compartilha a mesma essência divina com o Pai, sendo totalmente divino.

Condenação do arianismo: A visão de Ario foi considerada herética e foi oficialmente condenada pelo concílio. Ario foi excomungado e sua doutrina foi rejeitada.

Formulação do Credo de Niceia: Durante o concílio, foi elaborado um credo para expressar a crença ortodoxa na natureza divina de Cristo. Esse credo, conhecido como o Credo Niceno, afirmava a divindade de Cristo e estabelecia as bases doutrinárias para a fé cristã.

As decisões do Concílio de Niceia foram fundamentais para estabelecer a ortodoxia cristã e definir a doutrina da Trindade. A crença na divindade plena de Cristo, como expressa no Credo Niceno, se tornou a visão ortodoxa dominante dentro da igreja e influenciou o desenvolvimento teológico subsequente. O concílio também marcou um marco importante na relação entre a Igreja e o Estado, com a participação ativa do imperador Constantino na convocação e no processo decisório do concílio.

Concílio de Constantinopla 

O Concílio de Constantinopla foi convocado em 381 d.C. para abordar questões teológicas e disciplinares que surgiram após o Concílio de Niceia (325 d.C.). A origem do concílio está relacionada a conflitos doutrinários e disputas dentro da Igreja Cristã, especialmente em relação à divindade do Espírito Santo e a posição da cidade de Constantinopla como nova capital do Império Romano.

Origem:
Contexto Pós-Niceno: Após o Concílio de Niceia, ainda persistiam controvérsias teológicas e disputas doutrinárias, particularmente sobre a natureza do Espírito Santo.
Arianismo e Macedonianismo: Essas correntes teológicas questionavam a divindade do Espírito Santo. Os arianos negavam a divindade plena do Filho de Deus, enquanto os macedonianos negavam a divindade do Espírito Santo.
O Papel do Imperador Teodósio I: O imperador Teodósio I exerceu uma influência significativa na convocação do concílio, desejando unificar a igreja e resolver as controvérsias teológicas.

Decisões:
Afirmou a Divindade do Espírito Santo: O Concílio de Constantinopla definiu e reafirmou a plena divindade do Espírito Santo, estabelecendo-o como a terceira pessoa da Trindade.
Ratificou o Credo Niceno: O concílio confirmou e expandiu o Credo Niceno, adicionando uma seção dedicada à doutrina do Espírito Santo. Esse Credo Niceno-Constantinopolitano se tornou uma declaração essencial de fé na Igreja Cristã.
Definição da Hierarquia Eclesiástica: O concílio reafirmou a autoridade dos bispos de Constantinopla, reconhecendo a cidade como a nova capital do Império Romano e atribuindo-lhe um status eclesiástico significativo, logo após a importância de Roma.
Condenação do Macedonianismo: O concílio condenou o macedonianismo, afirmando a divindade do Espírito Santo e rejeitando a visão que negava essa divindade.
Estabelecimento de Diretrizes Disciplinares: O concílio também estabeleceu diretrizes disciplinares para a igreja, incluindo regras sobre a ordenação clerical e a proibição do retorno de bispos depostos.
As decisões do Concílio de Constantinopla tiveram um impacto significativo na definição da doutrina trinitária e no desenvolvimento da estrutura eclesiástica, fortalecendo a crença na divindade do Espírito Santo e estabelecendo a cidade de Constantinopla como uma importante sede da Igreja Cristã.

Concílio de Éfeso

O Concílio de Éfeso foi convocado em 431 d.C. e teve como objetivo principal resolver a controvérsia teológica em torno da natureza de Cristo e a relação entre suas naturezas divina e humana. Abaixo estão informações sobre a origem e as principais decisões do Concílio de Éfeso:

Origem:

A controvérsia teológica que levou à convocação do Concílio de Éfeso estava relacionada à figura de Nestório, o patriarca de Constantinopla. Nestório defendia que Jesus Cristo existia como duas pessoas distintas: uma divina e outra humana, e que Maria, mãe de Jesus, era mãe apenas da pessoa humana de Jesus, não da pessoa divina. Essa visão ficou conhecida como Nestorianismo.

Decisões:

Condenação do Nestorianismo: O Concílio de Éfeso rejeitou a doutrina de Nestório e o condenou como herege. Foi afirmado que Jesus Cristo era uma pessoa divina e humana em uma única natureza, a chamada união hipostática.

Proclamação de Maria como Theotokos: O concílio reconheceu Maria como a Mãe de Deus (Theotokos, em grego), afirmando que ela deu à luz não apenas a natureza humana de Jesus, mas também a natureza divina.

Excomunhão de Nestório: Como resultado de sua condenação como heresia, Nestório foi deposto de seu cargo e excomungado da Igreja.

Papel do Patriarca de Alexandria: O Concílio de Éfeso reconheceu o Patriarca de Alexandria, Cirilo, como uma autoridade doutrinária e liderança influente na Igreja. Cirilo teve um papel central na defesa da doutrina ortodoxa e na condenação do Nestorianismo.

Continuidade da Controvérsia: Embora o Concílio de Éfeso tenha tomado decisões importantes, a controvérsia em torno da natureza de Cristo não terminou completamente. Questões relacionadas à linguagem e à compreensão precisa da união hipostática continuaram a ser discutidas nos concílios subsequentes.

O Concílio de Éfeso teve um impacto significativo no desenvolvimento da cristologia (estudo da natureza de Cristo) e na definição da doutrina ortodoxa da Igreja. Suas decisões contribuíram para a compreensão de que Jesus Cristo é uma única pessoa com duas naturezas inseparáveis, divina e humana, e estabeleceu Maria como Mãe de Deus.

Concílio de Calcedônia 

O Concílio de Calcedônia, realizado em 451 d.C., teve origem em uma série de controvérsias teológicas e disputas sobre a natureza de Cristo. Seu principal objetivo era resolver as divergências doutrinárias e estabelecer uma posição ortodoxa sobre a pessoa de Jesus Cristo.

Origem do Concílio de Calcedônia:
1. Contexto da Controvérsia Monofisista: Antes do Concílio de Calcedônia, houve uma longa disputa entre aqueles que defendiam a doutrina monofisista, que afirmava que Jesus tinha apenas uma natureza divina, e aqueles que defendiam a posição ortodoxa, que afirmava que Jesus tinha duas naturezas (divina e humana) unidas em uma única pessoa.

Decisões e Doutrinas do Concílio de Calcedônia:
Formulação da Definição Calcedoniana: O concílio promulgou uma definição doutrinária que afirmava a fé ortodoxa na pessoa de Jesus Cristo. Essa definição estabeleceu que Jesus é uma única pessoa (hypostasis) em duas naturezas distintas (divina e humana), sem mistura, mudança, divisão ou separação.
Rejeição do Monofisismo: O Concílio de Calcedônia rejeitou a visão monofisista, que afirmava a fusão ou absorção da natureza humana de Jesus em Sua natureza divina. A posição calcedoniana defendia que Jesus tinha uma natureza humana completa, semelhante à nossa, além de Sua natureza divina.
Condenação dos Extremos Teológicos: O concílio condenou tanto a visão monofisista quanto a visão contrária, conhecida como nestorianismo, que enfatizava uma separação excessiva entre as naturezas divina e humana de Jesus. A definição calcedoniana buscou encontrar um equilíbrio entre essas visões extremas.
Reconhecimento dos Títulos de Maria: O concílio também reconheceu os títulos de Maria como Theotokos (Mãe de Deus) e Christotokos (Mãe de Cristo), ratificando assim a crença na união hipostática das duas naturezas de Jesus em uma única pessoa divina.
Autoridade e Autorização dos Bispos: O concílio afirmou a autoridade dos bispos e estabeleceu a importância da autorização e confirmação conciliar para questões doutrinárias. Isso consolidou a posição dos concílios ecumênicos como autoridades decisivas na igreja.

As decisões do Concílio de Calcedônia foram essenciais para estabelecer a doutrina ortodoxa sobre a natureza de Cristo e resolver as controvérsias teológicas da época. A definição calcedoniana teve um impacto duradouro na teologia cristã e na compreensão da encarnação de Jesus Cristo como verdadeiro Deus e verdadeiro homem.

Segundo Concílio de Constantinopla 

O Segundo Concílio de Constantinopla foi convocado em 553 d.C. durante o reinado do imperador Justiniano I. Sua origem estava relacionada principalmente com a controvérsia teológica conhecida como Monofisismo. 


O Monofisismo era uma doutrina que afirmava que Jesus Cristo possuía apenas uma natureza, a divina, negando a existência de uma natureza humana em Cristo. Essa controvérsia teve início no Concílio de Calcedônia, realizado em 451 d.C., onde foi proclamada a doutrina da união hipostática, afirmando que Jesus tinha duas naturezas, divina e humana, unidas em uma só pessoa. Porém, essa decisão não foi aceita por todos os segmentos cristãos, e a controvérsia continuou a dividir a igreja.

No Segundo Concílio de Constantinopla, a controvérsia foi revisitada e a doutrina monofisita foi condenada como herética. As principais decisões e doutrinas estabelecidas foram:

Condenação de Teodoro de Mopsuéstia, Teodoreto de Ciro e Ibas de Edessa: Esses três teólogos foram considerados defensores das ideias monofisitas e suas obras foram condenadas como heréticas.

Reafirmação da doutrina da união hipostática: A doutrina estabelecida no Concílio de Calcedônia foi reafirmada, afirmando que Jesus Cristo tinha duas naturezas distintas (divina e humana) unidas em uma só pessoa, sem confusão, alteração, divisão ou separação.

Condenação do Três Capítulos: Os Três Capítulos eram escritos de teólogos e obras atribuídas a eles que eram consideradas ambíguas e passíveis de interpretação monofisita. Esses escritos foram condenados pelo concílio.

Confirmação da ortodoxia das decisões anteriores: O Segundo Concílio de Constantinopla confirmou e reafirmou as decisões dos concílios anteriores, como o Concílio de Niceia (325 d.C.), o Concílio de Constantinopla (381 d.C.), o Concílio de Éfeso (431 d.C.) e o Concílio de Calcedônia (451 d.C.).

Essas foram algumas das principais decisões e doutrinas estabelecidas no Segundo Concílio de Constantinopla. Ele desempenhou um papel fundamental na definição da ortodoxia cristã e na reafirmação da doutrina da união hipostática em resposta à controvérsia monofisita.

Terceiro Concílio de Constantinopla 

O Terceiro Concílio de Constantinopla, também conhecido como Sexto Concílio Ecumênico, ocorreu entre os anos 680 e 681 d.C. Foi convocado com o objetivo de resolver a controvérsia teológica conhecida como monotelismo. Abaixo estão informações sobre a origem e as decisões desse concílio:

Origem:

A controvérsia do monotelismo surgiu como uma tentativa de conciliação entre as visões cristológicas do monofisismo (que defendia a união das duas naturezas de Cristo em uma única natureza divina) e do nestorianismo (que enfatizava a distinção entre as duas naturezas de Cristo). O monotelismo afirmava que Jesus Cristo possuía uma única vontade (divina), buscando uma solução teológica para essa disputa.

No entanto, essa posição foi contestada por teólogos ortodoxos, que alegavam que a doutrina do monotelismo diminuía a plenitude da humanidade de Cristo, negando-lhe uma vontade humana completa. A controvérsia se tornou cada vez mais acalorada e foi motivo de divisão e conflitos dentro da Igreja.

Decisões:

Durante o Terceiro Concílio de Constantinopla, as decisões seguintes foram tomadas:

Rejeição do monotelismo: O concílio condenou a doutrina do monotelismo como herética e contrária à fé ortodoxa. Afirmou que Jesus Cristo tinha tanto uma vontade divina quanto uma vontade humana, em plena harmonia.

Afirmação da vontade humana e divina de Cristo: O concílio enfatizou que Jesus Cristo possuía duas vontades distintas, uma humana e uma divina, sem conflito ou contradição entre elas.

Estabelecimento de fórmulas doutrinárias: O concílio formulou declarações teológicas e definições precisas sobre a vontade de Cristo, com o objetivo de esclarecer e reafirmar a fé ortodoxa. Essas declarações foram incluídas nos atos do concílio.

Reconhecimento da autoridade papal: O concílio também reconheceu a autoridade do Papa, líder da Igreja Católica Romana, e confirmou sua aprovação às decisões tomadas pelo concílio.

O Terceiro Concílio de Constantinopla teve um impacto significativo na história da cristologia e no desenvolvimento da doutrina cristã. Ele trouxe clareza e definição sobre a natureza de Cristo, rejeitando o monotelismo e afirmando a plenitude tanto de sua divindade quanto de sua humanidade, incluindo a existência de duas vontades em harmonia.

Quarto Concílio de Constantinopla 

O Quarto Concílio de Constantinopla, também conhecido como Concílio de Constantinopla IV, foi convocado em 869 d.C. e continuou suas deliberações até 870 d.C. Este concílio é reconhecido principalmente pela condenação e deposição do patriarca Fócio de Constantinopla, além de tratar de outras questões disciplinares e eclesiásticas.

Origem:
O concílio foi convocado para resolver a controvérsia entre o patriarca Fócio e o papa Nicolau I, que haviam se envolvido em uma disputa de autoridade e questões doutrinárias. A disputa girava em torno de questões teológicas, jurisdicionais e disciplinares, incluindo a nomeação de bispos, a liturgia, o uso do pão ázimo na Eucaristia e a validade dos decretos do Concílio de Roma em relação à jurisdição sobre a Bulgária.

Decisões:
As principais decisões do Quarto Concílio de Constantinopla incluíram:

Condenação de Fócio: O concílio depôs Fócio do cargo de patriarca de Constantinopla e o excomungou. Ele foi acusado de usurpar a posição do patriarca anterior, Inácio, além de abusos de poder, violações da disciplina eclesiástica e heresia.

Restauração de Inácio: O concílio restaurou Inácio ao cargo de patriarca de Constantinopla, anulando a nomeação de Fócio.

Restrições às nomeações episcopais: O concílio estabeleceu regras mais estritas para as nomeações episcopais, exigindo maior conformidade com a lei canônica e a aprovação do patriarca de Constantinopla.

Anulação dos decretos do Concílio de Roma: O concílio declarou que os decretos do Concílio de Roma em relação à jurisdição sobre a Bulgária eram inválidos, confirmando a autoridade do patriarca de Constantinopla sobre a região.

5. Decisões litúrgicas e disciplinares: O concílio promulgou uma série de decisões relacionadas a questões litúrgicas e disciplinares, como a proibição do uso do pão ázimo na Eucaristia e regulamentos sobre o jejum quaresmal.

6. Confirmação da Trindade: O concílio reafirmou a doutrina da Trindade, defendendo a consubstancialidade do Espírito Santo com o Pai e o Filho.

O Quarto Concílio de Constantinopla teve um impacto significativo na história da igreja, reafirmando a autoridade do papa e a primazia do patriarca de Constantinopla, além de estabelecer regras mais rígidas para as nomeações episcopais. Suas decisões também influenciaram a liturgia e a disciplina eclesiástica, buscando promover uma maior conformidade com a lei canônica.

Conclusão: 

Os concílios cristãos desempenharam um papel crucial na história da igreja, moldando a fé e a doutrina cristã ao longo dos séculos. Esses encontros de bispos e líderes eclesiásticos buscavam resolver questões teológicas, disciplinares e litúrgicas, estabelecendo decisões que afetaram profundamente a vida e a prática da comunidade cristã. Embora os números exatos de concílios possam variar dependendo das tradições cristãs e perspectivas históricas, há sete concílios ecumênicos amplamente reconhecidos pela Igreja Católica Romana e pelas Igrejas Ortodoxas Orientais.


Esses concílios ecumênicos desempenharam um papel importante na preservação da ortodoxia e na unidade da fé cristã. Eles estabeleceram um cânone e uma autoridade doutrinária para orientar a igreja em questões fundamentais. Além disso, os concílios permitiram o diálogo, o debate e a busca por consenso, demonstrando a importância da comunidade e da comunhão na vida cristã.

Embora os concílios tenham sido momentos de grande controvérsia e tensão, também foram ocasiões em que a igreja buscou discernir a verdade através do Espírito Santo e da sabedoria coletiva dos líderes reunidos. Eles forneceram uma estrutura para abordar questões teológicas complexas, buscar o consenso e chegar a uma compreensão comum.

Os concílios cristãos tiveram um impacto duradouro na fé cristã. As decisões e declarações estabelecidas nesses concílios continuam a ser reconhecidas como autoritativas por muitas tradições cristãs. Eles influenciaram a liturgia, a teologia, a organização eclesiástica e a prática espiritual da igreja.

No entanto, é importante reconhecer que os concílios não foram eventos perfeitos ou isentos de influências políticas e contextuais. Houve debates acalorados, interesses pessoais e agendas em jogo. Além disso, nem todas as tradições cristãs aceitam todos os concílios reconhecidos como ecumênicos. Algumas denominações têm seus próprios concílios regionais ou locais que consideram igualmente importantes.

Em última análise, os concílios cristãos refletem a busca contínua da igreja pela verdade, pela unidade e pela fidelidade à revelação divina. Eles nos lembram da importância do diálogo, do discernimento comunitário e do compromisso de preservar a fé cristã ao longo dos séculos. Os concílios são testemunhos da rica história da igreja e do cuidado de Deus em guiar seu povo na busca da verdade e da santidade.

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